domingo, 21 de dezembro de 2008

APOLOGÉTICA CONGREGAÇÃO CRISTÃ DO BRASIL

A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

A Congregação Cristã no Brasil, fundada em 1910pelo italiano Louis Francesco, durante anos esteve entre as igrejas que mais cresceu no Brasil. Apesar de seus equívocos doutrinários, não chega a ser considerada uma seita herética, ainda que grande número das doutrinas que esposa são verdadeiras heresias, uma vez que é mantida em prejuízo do Evangelho. Só este aspecto dessa igreja justifica o seu estudo no contexto deste livro.

I. A QUERRA DECLARADA.
Durante vários anos a Congregação Cristã no Brasil tem se feito conhecida, não só pelo doutrina que esposa, mas também pela tenacidade com que se opõe às demais igreja evangélica do Brasil.

1.1 AVERSÃO À ASSEMBLÉIA DE DEUS.

Quanto à Assembléia de Deus, particularmente, os membros da Congregação Cristã no Brasil evitam qualquer tipo de relacionamento com ela, alegando os seguintes motivos:
a) A Assembléia de Deus possui pastores assalariados;
b) As mulheres não usam véu;
c) Não observa a prática do ósculo santo;
d) Fecha as portas quando oram;
e) Possui uma saudação diferente;
f) Ensina sobre o batismo com o Espírito Santo de modo diferente.

1.2. ASPECTOS DOUTRINÁRIOS DA CONGREGAÇÃO.

Independentemente das normas que regem o relacionamento da Congregação Cristã no Brasil com as demais igrejas aqui existentes, ela ensina entre outras coisas, o seguinte:
· A Igreja não precisa de nenhum outro pastor além de Jesus Cristo.
· As mulheres cristãs devem usar o véu durante o culto.
· Os crentes devem se saudar com o ósculo santo.
· O Evangelho não deve ser pregado fora dos locais habituais de culto.
· Os pregadores não devem estudar nem se preparar para a pregação, pois o Espírito Santo colocará na sua boca as palavras certas no momento certo.
· O dízimo restringe-se aos dias do Antigo Testamento.
É notável o zelo dos membros da Congregação Cristã no Brasil, porém, por lhes faltar orientação doutrinária sadia e sólida têm-se feito vulneráveis ao fanatismo e ao extremismo, regra geral combatidos pelas Escrituras Sagradas.
Leonard, estudioso francês, que escreveu uma história eclesiástica de algumas igrejas evangélicas do Brasil, preocupa-se com a tendência da Congregação para encaminhar-se para o espiritismo. Ele sente que os membros da Congregação tendem a abandonar as bases bíblicas e a depender da inspiração individual e das práticas fanáticas de seus líderes locais, especialmente das que se relacionam com os chamados “dons espirituais”.
Podemos notar que, não obstante a Congregação, algumas vezes, usar passagens bíblicas para fundamentar suas s crenças e ensinos, em geral falham os pregadores no que tange à fiel interpretação dos textos que escolhem. Evidentemente isso se dá mais por ignorância do que por malícia ou compromisso consciente com o erro.

I. O PASTOR.


Ensino de que a Igreja não deve Ter nenhum pastor além de Jesus Cristo, está em desarmonia com o ensino do apóstolo, na sua carta aos Efésios:
“E a graça foi concedida a cada um de nós segundo o propósito do dom de Cristo. Por isso diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens... E Ele mesmo concedeu uns para apóstolo, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4:7-8,11-14).
O ensino implícito no texto de Paulo é que:
a) O pastor é um Dom de Deus à sua igreja (v. 8, cf. Jr 3:15).
b) A função do pastor tem propósitos específicos dentro da Igreja de Cristo, como seja:
· O aperfeiçoamento dos santos;
· Para o desempenho do serviço divino;
· Para edificação do corpo de Cristo.
Quanto ao pastor e sua função junto ao corpo de Cristo, que é a Igreja, declaram ainda os apóstolos Paulo e Pedro:
· “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20:28).
· “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não como constrangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes vos tornando modelos do rebanho (I Pe 5:2-3)”.

II. O SUSTENTO DO PASTOR.

Quanto ao sustento remunerado do pastor e daqueles que dão tempo integral à obra de Deus, é isto uma recomendação bíblica. Por exemplo:
a) Paulo recebeu salário de determinadas igrejas para servir aos crentes em Corinto (II Cor 11:8).
b) O pastor que dá tempo integral na assistência à igreja é digno do seu salário (I Tm 5:18).
c) Paulo ensinou a igreja de Corinto a sustentar os pregadores do Evangelho (I Cor 9:4-14)
d) Timóteo foi advertido por Paulo a não cuidar dos negócios seculares para se sustentar (II Tm 2:4).
e) Pedro disse que a única ocupação dele e de seus companheiros de ministério era a oração e a pregação ((At 6:4)).
f) Os apóstolos de Jesus viviam das ofertas que recebiam. Em João 12:6 lemos que existia uma bolsa onde eram depositadas as contribuições para o sustento dos discípulos, e Judas fazia as compras com o dinheiro aí depositado (Jo 13:29).

III. O PROBLEMA DO VÉU

Em I Coríntios 11, Paulo escreve uma longa apologia com respeito ao véu e seu uso na comunidade cristã de Corinto.
Nos dias da igreja primitiva, a mulher que não usasse véu nos cultos públicos agia como se estivesse rapado a cabeça. Ora, a cabeça rapada como era repugnante para os judeus, já que só as adúlteras tinham a sua cabeça rapada como castigo com as escravas, e, às vezes, com as mulheres em luto, mas isso era usual para as mulheres que estavam no seu estado normal.
A passagem de I Coríntios 11, segundo o comentador Russel Norman Champlin, “ilustra o perene problema que há entre os costumes sociais e a moralidade cristã”. Segundo Champlin, Paulo escreve aqui do ponto de vista de um rabino, como representante da antiga cultura judaica. – Porventura tais costumes continuariam sendo obrigatórios para nós hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos como o vestuário, e, sobretudo, no que tange à nossa idéia acerca da posição da mulher nos dias atuais? Acreditamos que visto que os costumes sociais mudaram, as exigências deste tempo também mudaram, (O Novo Testamento Comentado, volume IV).
Se nenhum estigma e impropério são lançados hoje sobre uma mulher que não use véu, é acreditável que, se o apóstolo Paulo vivesse hoje, a questão do véu nem ao menos teria sido abordada. Não obstante, podemos perceber que esse anelo em prol do uso de cabelos crescidos pelas mulheres poderia permanecer firme.
Se a Congregação Cristã no Brasil diz obedecer a essa orientação de Paulo quanto ao uso do véu, suas mulheres deveriam usá-lo, não apenas no culto, mas também, e de acordo com o contexto histórico, em público, porquanto nenhuma mulher crente da época apostólica pensaria ser apanhada na rua sem o véu.
Quanto a isto, a atitude da Congregação é condenável, não pelo fato de suas mulheres usarem o véu durante o culto, mas pela maneira irracional com que condenam o seu desuso nas demais igrejas.

IV. O PROBLEMA DO ÓSCULO.

O ósculo era uma maneira comum de saudação entre os orientais, muito antes do estabelecimento do cristianismo. Servia aos judeus nas suas saudações, tanto nas despedidas como também na forma de demonstração geral de afeto. O ósculo era entre os orientais uma expressão de saudações e respeito tão comum quanto o aperto de mãos ou abraço na nossa cultura.
Na igreja primitiva, o ósculo era simplesmente uma parte da saudação, quando os crentes se os crentes se reunião em seus cultos públicos. Porém, não demorou muito até que fosse transferida para a própria liturgia, primeiramente como um sinal de despedida, após a oração final, que encerrava cada reunião, mas, finalmente, como parte do rito da Santa Ceia do Senhor. Houve regiões em que esta prática perdurou até o final do Século III.
O ósculo santo entre os crentes primitivos não se limitava a ser praticado mulher com mulher e homem como homem, como hoje fazem os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil. Os costumes orientais indicam que o ósculo santo era aplicado na testa ou na palma da mão, mas nunca nos lábios.
Nalgumas culturas ocidentais, como, por exemplo, o Brasil, seria imputado como algo vergonhoso um homem beijar outro homem, quanto mais beijar uma mulher que não fosse sua esposa ou sua irmã carnal dentro da comunidade evangélica ou da sociedade em geral. Por essa é que temos achado melhor evitar essa forma de demonstração de afeto, substituindo-a por um simples aperto de mão.
Diante do exposto, conclui-se que:
· Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil saúdam com ósculo apenas homem com homem ou mulher com mulher, é que há malícia em fazer de outra forma, e, se há malícia, torna-se pecado a prática do ósculo.
· Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil se saúdam com ósculo apenas no decorrer do culto, também está errado, já que é mostrado na Bíblia que os cristãos primitivos se saudavam assim publicamente (At 20:37).
· A saudação com ósculo é má, não em si mesma, não em si mesma pelo fato de assumir feições meramente ritualísticas, divorciadas da verdadeira piedade cristã.

V. A PREGAÇÃO NAS RUAS.

O fato de a Congregação Cristã no Brasil não pregar o Evangelho pelas ruas e praças, não encontra apoio nas Escrituras. A sua omissão se deve à falsa interpretação que fazem de Mateus 6:5: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens”. Deste modo, com medo de serem considerados hipócritas, desobedecem ao imperativo de Jesus: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). Como será possível evangelizar o mundo inteiro quando se alcançam apenas àqueles freqüentam os nossos templos?
Na parábola da grande ceia, Jesus ensinou o modo como a igreja deve proceder quanto à evangelização, quando disse: “Saí depressa pelas ruas e bairros da cidade, e trazei aqui os pobres, e aleijados, e os mancos e cegos... Saí pelos caminhos e valados, e forçai-os a entrar, para que a minha casa se encha” (Lc 14:21, 23).
Segundo a Bíblia,
· Jesus pregou nas ruas (Lc 13:26), nas praças públicas (Mc 1:15, 20), e nos montes (Mt 8:1).
· Paulo pregou à beira dum rio e num logradouro público (At 16:13; 17:17).
Famosos cristãos do Novo Testamento foram salvos, não num culto dentro dum templo, mas onde estavam, nos seus afazeres.
· Pedro, André, Tiago e João foram salvos durante um culto realizado por Jesus, à beira do mar da Galiléia (Mt 4:18-22).
· Mateus estava na coletoria quando ouviu Jesus dizer: “segue-me!”, e o segui (Mt 9:9).
· Lídia foi salva à beira dum rio, enquanto ouvia Paulo (At 16:13-15).
· Dionízio e muitos outros gregos foram salvos enquanto ouviram Paulo pregando no Areópago, lugar comum de discussão em Atenas (At 17:34).
Jesus jamais disse ao pecador: “Vinde ao templo para serdes salvo”, pelo contrário, Ele diz a Igreja: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15).

5.1. O DÍZIMO HOJE.

Os escritores do antigo testamento viram os direitos de Deus sobre a vida do homem à luz da criação, enquanto que os do Novo viram-nos à luz do Calvário. Com isso, corrobora o ensino do apóstolo Paulo: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressuscitou, para se Senhor, tanto de mortos como de vivos” (Rm 14:8-9).
Alguém disse que cada cheque de pagamento é um novo Éden. Reconhecemos nós a soberania de Deus e os seus direitos como parte do seu propósito? Ou consideramos nossas todas as árvores de jardim?

5.2. A SOBERANIA DE DEUS.

O milagre da criação Deus e o seu direito permanente de soberania são ilustrados pelo resultado da seguinte pesquisa.
Certa faculdade de estudos agrícolas fez uma pesquisa das coisas indispensáveis empregadas na produção de 100 alqueires de milho em meio hectare de terra. Verificou-se que o homem contribuiu apenas com o trabalho de preparar a terra, plantar e colher, enquanto que Deus concorre com muitas coisas, por exemplo: cerca de 1.800.000 litros de água; uns 3.200 litros de oxigênio; 2.400 litros de carbono ou 8.200 de monóxido de carbono; 73 quilos de nitrogênio; 57 de potássio; 18 de fósforo; 34 de enxofre; 23 de magnésio; 23 de cálcio; 908 gramas de ferro, além de pequena quantidade de iodo zinco e cobre. Cem alqueires de milho! Quem produziu? De quem são?
Tudo pertence a Deus, contudo, Ele nos entregou tudo requerendo o retorno de apenas um décimo, e ainda sob promessa de que sobre aquele que o fizer, derramará Ele bênçãos sem medida (Ml 3:10).
O reverendo Stanley Jones escreveu: “O dízimo é um sinal – uma prova de que você não é dono, mas devedor”. Assim como você para imposto em reconhecimento do senhorio de mais alguém, também com o dízimo você reconhece a soberania de Deus sobre os nove décimos restantes.
Concluindo, dizemos: Todo o crente deve dizimar, porque:
a) Deus recomenda que o façamos (Ml 3:10).
b) Não dizimar é furtar ao Senhor (Ml 3:8).
c) Do dizimar depende o sustento material da casa do Senhor (Ml 3:10).
d) Da fidelidade em dizimar advém grande abastança (Ml 3:10).